DEU PANO PRA MANGA: A IMPORTÂNCIA DO RESGATE DAS HHISTÓRIAS FEMININAS PELA EDUCAÇÃO POPULAR
Palavras-chave:
Educação popular, Ancestralidade feminina, Saberes populares, MeninasResumo
Este texto veio-me certa manhã, quando olhei para o espelho e me deparei com meu rosto cansado das cobranças diárias, os olhos perdidos diante do adoecimento da minha mãe, a cor da pele apagada pela falta de tempo para mim mesma. Dei por falta das marcas que pudessem ser produzidas pelas risadas sem limites, das rugas por franzir os olhos nos momentos de encantamento e certo avermelhado pelo excesso de energia despendida ao dançar até os limites do corpo. Antes, me deparo com as marcas de um cotidiano enquadrado, limitado e adequado. Esse ensaio, portanto, torna-se um fragmento da minha história, mas também da história de tantas outras mulheres, e se fragmenta em um Trabalho de Conclusão de Curso para a Pós-graduação “Saberes populares para a arte e a educação nas vivências da Carroça de Mamulengos”, que teve como pergunta suleadora: O que podemos fazer por nós mesmos? É também um (re)início para uma caminhada que buscou (e ainda busca) perceber e resgatar o modo como uma educação popular e, principalmente, no âmbito de um protagonismo feminino e feminista, pode contribuir para firmar raízes profundas na história pessoal de quem as vive e oportunizar uma ampliação do olhar para as questões de gênero e sexuais que, ainda hoje, oprimem a pluralidade de corpos femininos existentes. Busco com essa escrita refletir sobre a importância do resgate das memórias nos saberes populares femininos e a influência dessas para a emancipação das mulheres no mundo contemporâneo.
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